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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A minha bella vida

  Foi  partir dela que tudo mudou: minhas prioridades, minhas inseguranças, minhas certezas... 
  Certezas?
  Tinha certeza de que seria um parto natural. Minha gravidez não permitiu. Tive pré-eclâmpsia, passei os últimos meses em repouso, medicada, com restrições alimentares. Sofrendo. Preocupada. Ansiosa. Aliás, a gravidez foi um capítulo à parte, que não conta: porque, parodiando Reis, o mundo está melhor desde que ela chegou, e é aí que quero focar.
  E ela chegou em abril de 2012. Tendo passado nossos últimos nove anos juntos, eu e seu pai não éramos mais dois. Depois das muitas incertezas e inseguranças que minha condição impôs durante a gravidez, ela chegou, perfeita, frágil, delicada.
  No primeiro mês, quase não dormia. Eu, e o pai dela também. Ela, muito pequenina, precisava mamar de três em três horas, embora não percebesse e insistisse em dormir muito mais que isso. E lá íamos nós, mexer nela, cantar pra ela, tirar a roupa... e ela lá, plácida, serena... 
  No segundo mês, as coisas foram entrando nos eixos. No terceiro, ela teve bronquiolite, e novas noites insones vieram. E, desde então, entendemos que essas noites insones serão esporádicas e que nunca nos habituaremos a elas.
  Ela teve um primeiro aninho tranquilo e feliz. Também não tenho queixas quanto ao segundo. Aliás, este sim é o ano de nossas vidas até agora: ela me mostra muito de sua personalidade, começa a fazer frases, já apresenta atitudes que me encantam e emocionam. 
  Ela faz ballet na escola e, do alto de seus dois anos e cinco meses, ela ensaia pela casa, dizendo "Plié, esticou", enquanto faz movimentos graciosos que remetem a passos de bailarina. Ela toma vitamina e fica com um delicioso bigodinho, o qual aponta orgulhosa pra dizer "Parece o vovô!". Ela canta músicas inteiras na sua língua particular, com ritmo e harmonia. Ela dá bom dia, boa tarde e boa noite (quase todos os dias, também tem seus dias de antipatia), diz obrigada, e pede "Com licença?" e "Por favor?". Ela grita "Nossa!", quando alguma coisa a espanta. Se se chateia, lá vem um "Poxa vida!". Ela não joga lixo no chão. Ela adora ir à praia e às casas das vovós. Ela troca chocolate por melancia. 
  Ela faz minha vida colorida, perfumada, doce e encantadora. Ela é a minha vida. A minha Bella vida!


2 comentários:

  1. Um amor infinito, incondicional e turbulento... Lindas palavras de um amor único! Adorei o blog, vou acompanhar por aqui as peripécias da bela Bella.... bjs

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